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sábado, 4 de setembro de 2010

Somos todos juízes de bancada sem perceber um c# de justiça

Sempre tive umas ideias politicas viradas para a direita. Terá talvez a ver com a educação que tive, com o sitio onde cresci, com ideologia e concepção pessoal. Admito no entanto, que sou competa e absolutamente contra extremos e que (talvez contradição) o melhor momento para mim na história de Portugal foi o 25 de Abril (o meu ídolo é Salgueiro Maia).

E porquê a confissão destas minhas ideologias, muito ao de leve é certo? Porque por mais que tente não entendo o ser humano. E eu até faço um esforço. Esta coisa da casa Pia novamente, este reveiver de fantasmas, este circo ridiculo em que a vida das pessoas é transformada em novela, com direito a horário nobre tira-me completa e absolutamente do sério.
Os senhores foram condenados. Ponto. Mas lendo os inúmeros comentários na net (a que me dou ao trabalho) não entendo as pessoas. Não consigo. Somos todos um raio de uns comentadores de bancada. Sabemos tudo sobre tudo. Temos opiniões sobre tudo. Julgamos toodos. Somos juízes crediveis, a voz da justiça a clamar ao vento. Somos inteligentes. E entramos na m#$%@ da contradição.
Vi comentários de pessoas que dizem que isto não é um estado de direito porque eles não foram logo presos. Pessoas que têm a lata, no meio da maior burrice e mediocridade de dizer que isto parece um estado fascista porque eles não foram logo presos e andam a dar conferências de imprensa. Mas isto tem alguma lógica? Um estado de direito não é isso mesmo? Não é dar oportunidade às pessoas de se defenderem por todos os meios? Não é assegurarmo-nos que ninguém é preso injustamente sem primeiro esgotar toda a possibilidade de recurso que um estado de direito lhes dá? Então mas queremos justiça e não queremos que ela se faça? Queremos que ninguém seja condenado sem verdadeiras provas e depois chateamo-nos por ver isso na prática?

O povinho, a popoluça, da qual eu faço parte (infelizmente) é uma massa muito fácil de levar. Influenciável. E que nunca irá em frente, nunca pensará por si própria (apesar de verdadeiramente convicta que sim) e deixar-se-á influenciar por jornalistas e estórias mal contadas.

Se vamos ser emotivos e acreditar no que as pseudo vitimas contam, se vamos ignorar a justiça formal (que o 25 de Abril tanto lutou) não falemos em conceitos de direito, não falemos em democracia. Se queremos justiça popular então chamemos as coisas pelos nomes, sejamos medíocres e hipocritas e admitamos que queremos apredejar em praça publica (com as mil pedras que sempre temos no bolso) só porque na televisão é feita uma caça às bruxas.

Não sejamos incoerentes. Pensemos uma vez na vida. E sobretudo não sejamos contraditórios. Se queremos justiça e um estado de direito, admitamos e percebamos que enquanto os meios de recurso não se esgotarem ninguém pode ser preso. È isso que queremos, foi isso que o 25 de Abril trouxe. E se entretanto os crimes prescreverem... bem, é o preço a pagar pela democracia e por um processo formal que tanto queremos.

Mas sobretudo, não digamos que isto é fascismo. Porque é exactamente o que isto não é!

P.S. É nestes momentos que tenho pena que não possamos calar estes pseudo juízes ridiculos e mediocres. E sei que a democracia dá voltas no tumulo em que se encontra instalada.

P.S.1. E esta Catalina Pestana? Credo, que mulher ridicula!

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