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domingo, 5 de julho de 2009

Eleições - parte I



Esta questão do Benfica fez-me sair do exílio dos exames e dar ar de minha graça. De facto, tenho mais que obrigação de saber e ter opinião acerca do assunto. E isto desde logo porque me tenho por Benfiquista. Não doente, nem sequer sócia… tal seria ir contra o meu estado actual… ora, eu sou neste momento uma mulher desiludida com o futebol. Odeio árbitros e jogadores, mediatismo e férias de gente iletrada e rica. Abomino telejornais onde se fala do romance Cristiano Ronaldo e Paris Hilton numa espécie de jornalismo cor-de-rosa que não fica bem nem se compadece com aquilo que a rtp1 é: serviço público. De facto, abrir uma secção desportiva, num fim-de-semana em que se realizavam em Portugal importantes provas de atletismo, com a noite romântica de Cristiano com uma moçoila que tinha o rabiosque à mostra, por mais audiências que isso dê não se compatibiliza com o dinheiro dos impostos dos portugueses (ou talvez sim… é muito mais agradável para o português médio ver o rabinho de uma menina loira do que uns tipos suados a correr)
Mas bem que me afasto do tema inicial. De facto, não sou admiradora de futebol mas tenho uma quedazinha pelo Benfica. Queda de família e também porque não suporto o elitismo do Sporting nem os morcões do norte. Prefiro ser da verdadeira populaça. Depois porque tenho alguns parcos conhecimentos de direito que me permitem perceber o que se passou nestas fantásticas eleições. Atrevo-me a dizer que se os portugueses fossem todos benfiquistas as eleições europeias não teriam tido o nível de abstenção que se verificou. A populaça acudiu em massa e votou em Vieira. Entende-se! Antes um tipo arrogante à frente da nação benfiquista do que um tipo que tinha… nada mais nada menos… que sotaque do norte. Mas então o senhor, não via logo que com um sotaque daqueles, a fazer lembrar estações de serviço assaltadas em excursões de autocarro, Carolina Salgado e companhia, humilhações e golos sofridos, dias negros e tristes, com um sotaque daqueles dizia eu, nunca na vida que seria eleito?
Pior que gente incompetente seria um senhor do norte a decidir da nossa catedral, a blasfemar contra um treinador contratado e contra uma instituição nacional que podia ser pai dele.
Se o senhor tinha razão ou não… não posso acrescentar muito para além do que foi escarafunchado nos canais televisivos. Do que percebi, no meio da confusão, alguém se demitiu. Sendo assim não poderia, de acordo com os estatutos do clube candidatar-se a eleições no prazo de seis anos… Se assim é, evidentemente as eleições podem ser impugnadas, não passando de um acto inválido porque quem se candidata não tem legitimidade para tal… Resta saber se é efectivamente assim…
Poderia ter-me informado antes de escrever esta crónica mas este assunto enjoa-me como espinafres cozidos. Fica então por alto e pouco rigorosa esta crónica, com a ressalva de algumas ideias… mesmo que as eleições sejam impugnadas o senhor do sotaque inimigo terá grandes dificuldades em permanecer à frente da nação vermelha, tendo apenas 2% de votação… foram apenas 500 e poucas pessoas a votar nele. Se por um acaso envolvesse essa coisa da justiça e levasse a bom porto as suas pretensões, tal seria o caos a ponto de se dar, não um novo vinte e cinco de Abril mas autêntico regicídio. Que isto da populaça, quando lhe calcam os calos torna-se perigosa. Que o diga Nuno Gomes, um jogador tão fantástico, a marcar dezenas de golos, sempre com o cabelo aprumado e a salvar o clube… e os adeptos sempre contra ele, em revoltas carnificinas…
E viva o Benfica.

Ah enjoativo enjoativo foi ter de ver estas eleições a abrirem todos os telejornais. Sinceramente. Nem um Benfiquista aguenta.

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