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domingo, 5 de julho de 2009


Não posso deixar passar os fantásticos cornos, perdão chifres, com que Manuel Pinho decidiu presentear Bernardino Soares. Dito assim parece outra coisa. Por isso acrescento apenas que o senhor teve espírito, teve garra, teve coragem para fazer aquilo que apetece a todos os senhores da Assembleia que, num tédio de morte, esperam ansiosamente estes pequenos fait-divers para o tempo passar mais depressa.
Não tenho muito a dizer. Num debate da nação alguém se zanga, faz com os dois dedos o gesto de cornos para um deputado. Triste? Talvez. Eu não lhe chamaria tal nem acho sequer que seja motivo para o senhor se demitir. Pois que coisa. Eles matam-se uns aos outros com palavras caras. Usam eufemismos para dizer que são todos uns filhos da… senhora mãe deles. Aquilo é um circo, bem o sabemos. O senhor apenas fez aquilo que vai na mente de todos. Não foi nenhum insulto grave, não foi nada de outro mundo. Foram só dois dedos… mas um ai deus me livre, que somos todos pudicos, que somos todos santos. Que somos todos civilizados. Um ova que somos. Somos de terceiro mundo. Ele apenas perdeu as estribeiras. Mais. Se o senhor tinha de demitir-se ou ser convidado a tal não era por brincar aos bois e mostrar cornos. Era sim por dizer mentiras, por governar mal o país. Essa sim era uma causa. Não dois dedos levantados.
Deixemos a hipocrisia de lado. Apetece-me dizer-lhe, porreiro pá!

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